O tempo caminhou. Não mais aquele sonho, mas a presença da alegria e do encanto especialmente inspirador. Tudo parecia um conto de fadas quando a menina começou a crescer. E quanto mais crescia a presença da realidade não caminhava no mesmo ritmo. Ela tinha a sensação que vivia momentos intercalados, muito intensos e inexoravelmente irreais. Não sabia precisar onde estava, porque viera para esse mundo e as razões. Mas amava explorar com olhos brilhantes a perseverante natureza, bela e aconchegante como se ali fosse uma casa ofertada por um Deus indefinido.
Os dias corriam, a passagem era por vezes áspera, porém havia debaixo dos grilhões que machucavam seus pés, uma maciez protetora e amena que a fazia andar mais célere em direção à sua meta.
Tudo era tão subjetivo que não sabia se vivia, cumpria uma finalidade ou deixava-se arrastar dolentemente. Até que encontrou sua própria alma e pode captar o sentido do que antes não soubera compreender: A poesia. Ela ali estava iluminando seus dias, esquivando o mal, e completando o sentido de uma existência, bem como dos vôos quase literais em busca de realização. A poesia sublimava quaisquer momentos difíceis ou ásperos ou irônicos e cicatrizava as feridas que às vezes teimavam em reabrir.
A poesia permitia suas buscas, perdoava suas imperfeições e reestruturava o sentido da vida afastando as dúvidas e erguendo-a nas eventuais quedas dolorosas. Só ela conseguia elevá-la na frágil dignidade humana e nos fracassos inconseqüentes.
Sempre convivera e tivera como companheira a poesia, só que naquele momento tinha a consciência iluminada da fortaleza terna, do vigor que nascera e ia um dia morrer com ela.
Por causa dela estava ali, com os olhos de frente para o sol, em convivência com a luz das estrelas, sabendo definir a cor do céu e pairar entre nuvens brancas e macias. E por causa dela se aninhava no solo verde de capim macio, admirando como irmãs as flores que lhe comunicavam segredos, as folhas que lhe davam esperanças, os lagos e rios que lavavam seus machucados na água corrente e o mar gigante e esplendoroso captando cada momento e transmitindo o eco de sua voz majestosa num murmúrio sedutor.
A poesia expressava também sua harmonia no canto dos pássaros que lhe faziam bem e na musicalidade das notas rítmicas que lhe acalmavam. E representava o seu universo total tanto físico como anímico.
Assim ela cresceu, tornou-se mulher, compartilhou das sensações as mais estranhas e profundas, amadureceu e se envolveu para sempre na poesia que jamais a deixaria cair inerte nem permitiria que ela não atingisse o sonho maior e mais profundo.
Esse sonho que era compartilhado envolto na inspiração que não a deixaria fenecer, mas ao contrário lhe daria as mãos constantemente e se misturaria aos anseios de seu coração.
A Poesia, companheira, irmã, reflexo de sua alma e que não a deixaria morrer jamais.
Vânia Moreira Diniz
Vaninha este teu texto, tão delicado e repleto de fig. impressiona e comove. Grata por postá-loo aqui. É um elogio à Poesia e um manifesto ao desabrochar da subjetividade na segurança de deixa-se levar pelo anímico em cada um de nós.
ResponderExcluirBravos.
abraços gratos tua virgínia
Vâninha minha querida Amiga,
ResponderExcluirGrata por mais este passeio por sua doce inspiração...sua essência é toda poesia!
Fala com propriedade desse encanto que a poesia exerce em nossas vidas.
A ternura com que nos envolve com esse texto é Maravilhosa!
Linda a imagem que nos deixou!
Grata sempre Poeta querida
Te admiro muito mesmo!
Beijinhos de super carinho
da Li
Mana querida, este texto só poderia sair de sua alma sensível e poética. O leitor de um poeta pode se embrenhar por tudo, mas no meu caso, vejo você que sempre admirei desde pequena. Conheço seu olhar e no texto está descrito, uma pessoa que amei desde meus primeiros anos. Parabéns mana, nenhum texto poderia ser mais delicado, poético e chegar tão perto ao coração do leitor. beijos grande.
ResponderExcluirCristina Arraes
Vânia Moreira Diniz
ResponderExcluirA POESIA, é você , tua alma, teu ar, teu sorriso, tudo em você fala e reflete A POESIA.
Sua alma nasceu poeta, esse dom que Deus lhe concedeu e que vive a nossa volta nos brindando com seus textos e poesias divinas.
PARABÉNS, com admiração e respeito,
Efigenia Coutinho